A Filosofia Política de AmenemHet I, o Reunificador de Kemet!
Você já devem ter ouvido falar em Narmer (Menés I), o Unificador de Kemet que iniciou as dinastias do Egito Antigo, correto? Mas nem só de glórias vivia-se em Kemet, e grandes períodos de conflito desafiavam a permanência do Império. Um dos Nebesity (faraó) mais emblemáticos é Amenemhet I, que fez Kemet sair do primeiro período intermediário e alçou Kemet a uma nova era de prosperidade e desenvolvimento. Desse governo, AmenemHet escreveu um verdadeiro tratado de filosofia política, do qual tiramos duas grandes lições e eu lhe conto neste texto.
1. A Origem e Ascenção de AmenemHet I
AmenemHet I (Amenemés I) governou Kemet em um dos seus momentos cruciais: logo após uma difícil guerra civil entre os chefes locais que disputavam o poder central na primeira grande noite do Antigo Egito, o primeiro período intermediário.
Só para você não se perder nas cronologias, Kemet como conhecemos durou cerca de 3.200 anos. Nesse meio tempo, passou por momentos de expansão e prosperidade nos chamados Antigo, Médio e Novo Império. Entre essas dias, viveu épocas de invasões e guerras civis, chamados de períodos intermediários. Amenemhat I governa justamente ao fim do primeiro período intermediário, no início do Médio Império (de 1 976–1 947 a.C, na XII Dinastia).
Mas como AmenemHat alçou ao poder? Ele era general do faraó MentuHotep IV. Pelo seu valor e ajuda no difícil reinado anterior, foi indicado para governar, mesmo não vindo de família nobre.
2. O Governo de AmenemHat I
Mentuhotep enfrentou guerras sangrentas, até sair vitorioso. Mas os espólios de suas batalhas ficariam para seu sucessor, AmenenHat. Este, quando assumiu o trono, reunificou Kemet e implementou uma série de medidas:
- Transferiu a capital de Uaset (Tebas) para Men-Nefer (Mênphis), no Delta do rio Hapi (Nilo).
- Restituiu os limites dos nomos (distritos) que foram invadidos durante o período intermediário.
- Restaurou os postos administrativos dos chefes locais, bem como dos sacerdotes das PerAnkhs (Escolas de Mistérios).
- Formou aliança com o Rei Seneferu I, considerado dos mais justos e poderosos. Com isso, ampliou sua governança.
- Transformou seu filho Sensuret I (Sesóstris I) em co-regente, ou seja, tinha poderes de faraó assim como ele.
- Com a co-regência de Sensuret I, expandiu o território de Kemet para além das margens do Nilo, indo em direção à Palestina, à leste, e à Líbia, à oeste.
- Neutralizou os invasores, sendo a Muralha do Príncipe a sua construção mais emblemática pois impedia a invasão dos líbios, que eram brancos na época, é bom destacar!
Isso fez de AmenemHat I um líder forte, porém indesejado. Afinal, suas medidas de reunificação e apaziguamento de Kemet fazia muitos interesses locais e individuais serem suprimidos em prol da ordem de todo o Império.
Não demorou muito, sofreu uma série de atentados. Isto ilustra perfeitamente bem o clima de degradação política e crise social que Kemet vivia naquele período. Este contexto fez AmenemHet I ter uma visão mais pessimista e autocentrada em sua filosofia política. Todo o seu pensamento político foi registrado em um poema, chamado “As Instruções de AmenemHat”.
3. A Filosofia Política Kemética das “Instruções de AmenemHat”
Quando dormia, na calada da noite, foi atacado por seus guardas. Após uma luta corporal e muitos ferimentos, conseguiu vencer a conspiração graças à ajuda de um de seus guardas. É o que ele conta em sua “Instrução de AmenemHat” (Instrução de Amenemés). Este acabou se tornando um dos textos mais importantes na tradição literária de textos sebáticas de Kemet. AmenemHat o escreveu para seu filho Sensuret I, e, além de relatar a insurreição que sofreu, dá conselhos de como governar com justiça e eficácia um reino conturbado como era o de Kemet.
Duas de suas principais lições foram:
1. Não confie completamente em Ninguém.
2. Mantenha consigo um guarda de sua inteira confiança.
As duas lições podem parecer contraditórias, mas elas se conciliam na base da filosofia kemética e africana, como um todo: a filosofia de MAAT!
Além disso, esse episódio é um dos meus favoritos, pois ele oferece uma série de ensinamentos para esse mundo caótico que a gente vive enquanto comunidade negra. Então quem melhor do que os nossos antigos que superaram suas grandes noites para nos instruir como a gente faz amanhecer o nosso dia?
Mas eu ainda não lhe respondi como as duas lições se conciliam em MAAT, na filosofia política de AmenemHat I, não é mesmo? Para isso, eu lhe faço um convite!
No curso online “Filosofia Kemética e sua Aplicação” eu te ensino os conceitos e lições de AmennemHet e outros filósofos keméticos. As aulas são gravadas, com indicação de textos de aprofundamento e filmes para ampliar os temas tratados.
No curso, eu trato do surgimento da filosofia na África, seus principais pensadores e conceitos, assim como a noção kemética de filósofo e sua formação nas PerAnkh.
Para se inscrever, basta clicar no link: https://forms.gle/BiAwRQyhbjgebVX86
VALOR PROMOCIONAL PARA:
- Membros do Kilûmbu Òkòtó
- Alunos do Instituto Baquaqua
- Assinantes BlackFlix
Bora aproveitar esse finzinho de ano para aprender filosofia africana sem academicismo besta e papinho “inspirador” sem compromisso com a vida e o dia a dia da nossa comunidade?
Aproveitar para lhe indicar nosso canal de filosofia africana no Telegram, o “Sebayit: Filosofia Africana”, onde apresento conteúdos como esse, indico textos, entrevistas e filmes relacionados à filosofia africana. Para acessá-lo, basta clicar aqui: https://t.me/filosofia_africana
Aguardo o seu contato!