Alexandre Petión: Perfil de um Anti-herói haitiano — parte 2

Este texto é uma continuação do ensaio biográfico sobre o primeiro presidente da República do Haiti do Sul, Alexandre Petión. Na primeira parte, eu contei a sua fase de mulato revolucionário, nesta segunda parte, vou tratar da sua fase presidencial, iniciando do golpe ao Dessalines, a cisão com Christopher, o apoio à Bolívar e as considerações raciais, políticas e existenciais que podemos extrair da vida dele. Para acessar a primeira parte, clique no link ao fim do texto.

Dessalín Òkòtó
13 min readMar 24, 2024

1. O Mulatto Golpista

A professora Bayyinah Bello, a mais braba entre os historiadores sobre a revolução do Haiti, traz o relato da tradição oral haitiana sobre a catastrófica noite da traição:

Jacques, primeiro imperador do Hayti, escapou da morte na emboscada de Red Bridge de manhã cedo. Ao longo do dia, JJD recebeu vários convites, inclusive o do padre da Catedral de Porto Príncipe, propondo fazer as pazes entre os irmãos. Ele foi até lá no final da tarde. Um servo o serviu uma taça de vinho envenenada. O padre deu a Pétion o cadáver de JJD. Pétion retornou para casa com Dessalines onde, com outros quatro generais, eles esquartejaram o corpo de Dessalines. (Jean Jacques Dessalines: 21 fatos sobre a sua vida, de Bayyinah Bello)

Alexandre Pétion, como relatei na primeira parte desse texto, não era completamente leal a Jean Jacques Dessalines. Ele jurou lealdade, mas isso foi parasitismo político até, na hora mais adequada, trair o Libertador do Haiti e dar cabo ao seu projeto de republicano.

O ato de envenenar e esquartejar o corpo de Dessalines traz um lado curioso sobre Pétion. Não há relatos de envolvimento dele com o vodun ou qualquer outro culto espiritual africano ao longo da sua vida. A única vez que ele foi associado a alguma prática espiritual africana foi exatamente neste episódio da sua vida. Por outro lado, Dessalines era não só o imperador e general do Haiti, como sacerdote vodun e, após sua morte, foi elevado a condição de Guê, nos cultos haitianos. Então por que, não contente em envenenar, Pétion esquartejou Dessalines?

Reginald Crosley, que era um físico protestante, conta que:

“Em 1806, na residência de Alexandre Pétion, que se tornaria o primeiro presidente da República Preta, Dessalines foi envenenado e depois desmembrado seguindo as prescrições ocultas.”

Então, o que podemos concluir disso? Que Pétion muito provavelmente não tinha o costume de cultuar vodun ou qualquer outro sistema espiritual africano. Mas, como Dessalines era envolto em uma áurea sobrenatural explicada apenas pelos voduns e orixás que o guiava, parece que Pétion achou melhor seguir as prescrições espirituais com a mesma perícia que as biológicas para que seu plano não falhasse. Ao esquartejar o corpo de Dessalines, Pétion queria garantir que o Imperador não retornasse a vida.

Inicialmente, o plano de Alexandre Pétion era comandar todo o Haiti, e não só a parte sul da ilha. Como que as coisas mudaram? A sucessão de Dessalines, de acordo com a constituição, seria promovida pelo senado. Este atribuiu ao general Henri Christopher o posto de imperador, mas sem poderes. Este, seria dado ao primeiro-ministro, que tinha em Petion a figura de favorito ao cargo. Christopher recusou assumir o trono, cindiu com o senado e formou o Reino do Haiti ao norte, enquanto Pétion foi alçado ao posto de presidente ao sul. O norte sempre foi reduto preto, enquanto o sul mulato.

Alexandre Petion conseguiu alçar ao poder, mas não sem problemas. O primeiro, precisou assassinar uma liderança com autoridade e legitimidade no grosso da população. Posteriormente, cindiu com aquele que poderia lhe dar força política ao norte, onde era impopular. Ficou relegado ao sul, em meio à sua base mulata, pela qual sempre lutou e se fez presidente.

2. O Presidente da República [Mulatta] do Haiti

Litografia de Alexandre Pétion (fonte: wikimedia)

Profª Bayyinah Bello nos conta, ainda, que não muito tempo depois de assassinar Dessalines, Pétion propõs à esposa do Imperador, Imperatriz Marie Claire Heurese Felicité, que se casasse com ele. Srª Felicité, no alto de sua dignidade, apenas lhe responde: “Quando você já foi esposa do fundador da nação, não existe companheiro algum para você no mundo”. Uma leitura um tanto melodramática e novelesca vai dizer entender que o traidor tinha invejea e queria ser o Dessalines. Eu acho essa leitura rasa e despolitizada, então vou propor outra.

Veja só o seguinte: o Haiti tinha acabado de passar por um sangrento e longo processo revolucionário que consumiu todas as energias e recursos. A nova nação estava em seu frágil início, extremamente fragilizada pela sua condição de terra arrasada. Apesar disso, O Imperador Jean Jacques Dessalines I canalizava para si a legitimidade e autoridade necessária para conduzir a nação, mesmo entre as classes menos contentes, como era a dos mulatos. Qualquer um que o substituísse, haveria de herdar essa autoridade e popularidade para não ser engolido por uma nova onda de revoltas e revolução. Após matar Dessalines, cindir com Cristopher e assumir a presidência do sul da ilha, Pétion decretou que todos os bens reais da Srª Felicité ficariam para para ela, assim como uma pensão vitalícia lhe seria paga. Ao pedi-la em casamento, depois, Pétion não desejava a mulher Marie Claire, mas o ativo político da Srª Felicité. Pétion queria assumir o lugar de pai da nação. Não conseguiu por aqui, tentou por outros caminhos.

Tão logo se tornou presidente, Alexandre Pétion realizou uma série de medidas que o popularizou entre os cidadãos da república preta. O Presidente Alexandre Petion declarou que os camponeses (ex-escravizados emancipados pela independência de 1804) se tornariam proprietários de terras. Terras essas que seriam redistribuídas em lotes iguais para todos os camponeses. Esta medida tornou a agricultura haitiana em uma atividade voltada para o mercado interno, exclusivamente, pois não fazia frente aos níveis latifundiários das outras colônias europeias das Américas.

Além disso, Pétion criou um Liceu para educar os filhos dos proprietários no próprio Haiti, além de realizar obras públicas que abriu estradas, portos e espaços comerciais. Todas essas medidas trouxeram alguma popularidade ao presidente, que passou a ser chamado de papá bon-kè (pai de bom coração).

No plano internacional, Alexandre Pétion teve grande influência no processo de independência da América Espanhola, graças a sua amizade com o branco de nome Simón Bolívar.

3. O Libertador das Américas

O processo de independência das colônias espanholas corria a todo vapor nos anos iniciais do século XIX. O ano era 1814, algumas repúblicas espanholas já tinham sido declaradas independentes, a Venezuela inclusive, mas ainda faltava outras como a província de Grã Granada, da qual surgiram Colômbia e Equador, depois. Neste momento, Simón Bolívar encampou precisou se afastar dos campos de batalha pois estava esgotado de suprimentos. O seu recuo estratégico foi realizado na Jamaica, de onde solicitou ajuda de Alexandre Pétion.

Pétion supriu Bolívar com armas, homens e comidas para retornar ao fronte de guerra. Sua exigência foi que Bolívar declarasse a abolição da escravatura à medida que a independência nas Américas fosse conquistada. Bolívar concordou com o acordo, mas não o cumpriu. Pois Equador e Grã-Granada — que conquistaram suas independências com armas, homens e suprimentos haitianos — só aboliram a escravidão em 1851.

Por outro lado a bandeira da República do Haiti, a bandeira de Petión nas cores azul e vermelha, serviu de inspiração às bandeiras de Equador, Colômbia e Venezuela. Não por acaso, ela contém as cores amarela, seguida das azul e vermelha logo abaixo. Além desses países libertados por Bolívar, ainda temos as bandeiras da Costa Rica, El Salvador e, por fim, Porto Rico, sendo influenciadas pela azul e vermelha haitiana.

Bandeiras da Venezuela, Colombia e Equador, acima e a do Haiti abaixo..

E isso não é por acaso. A Revolução Haitiana foi um dos episódios mais marcantes da humanidade. Eu não estou exagerando! A independência das treze colônias inglesas que, depois virou Estados Unidos das Américas, não foi tão impactante quanto é ensinado. A Revolução do Haiti, sim. Ela inspirou ideias de independência, igualdade e liberdade por todo o continente. Tanto em sua época, nas viradas dos séculos XVIII para o XIX, quanto posteriormente.

Mas o que este episódio de Equador, Bolívia e Venezuela terem a bandeira haitiana sem levarem a abolição da revolução haitiana junto diz para a gente? Não parece óbvio?! Isso não passa de mais um daqueles episódios onde os brancos se apropriam dos símbolos, dos feitos e obras dos negros, levando apenas o que lhe convém. Isso ocorre na história, na cultura, nos cultos espirituais, nos conhecimentos, enfim.

Quando gregos e romanos pisaram em Kemet, roubaram o conhecimento mas não levaram os modos culturais juntos, pois isso ia contra sua visão de mundo. Quando cristãos expulsaram os mouros da Europa Medieval, mantiveram as riquezas materiais mas deixaram os costumes de asseio e ciência espiritual de fora. Ao escravizarem africanos no continente americano, exploraram também os conhecimentos de metalurgia que os africanos tinham, sem lhes dar uma pepita de recompensa por isso. Apropriam-se do movimento rastafari e de Bob Marley sem querer levar Marcus Garvey junto, querem a capoeira sem o corpo preto do capoeira junto. Da antiguidade até os dias de hoje, toda vez que branco se mete ou se inspira em coisas de africanos, é sempre uma parte que lhe convém, pois a outra que lhe detém ele prefere jogar para debaixo do tapete.

Apropriaram-se do que o Haiti ofereceu de conveniente: os ideiais de liberdade e igualdade dos playboys depois chamados de imperadores e presidentes, sem considerar a abolição da escravatura, a redistribuição de terras, a igualdade como princípios básicos de construção da nação. A exploração colonial nunca atingiu apenas as minas de ouro, as plantações de açúcar e café e tudo o mais. Ela sempre foi, acima de tudo, o monopólio sobre todos os bens simbólicos e culturais que africanos e indígenas viessem a produzir nos projetos coloniais de continente.

Com o Haiti não foi diferente.

5. A Morte branca do Mulatto

litografia sobre febre amarela na Europa (Fonte: Biblioteca do arquivo nacional)

Quando capturado pelas tropas francesas, um dos primeiros grandes líderes da revolução haitiana, o François Makandall, declarou na hora da morte que ele retornaria. Os soldados franceses debocharam de Makandall, mas o nosso feiticeiro passou o recado: eu voltarei em forma de mosquito. Poucas semanas depois, uma epidemia de malária tomou conta da Ilha de Santo Domingo. Curiosamente, morriam incontáveis brancos e poucos negros. Ninguém sabia explicar por quê, só que a doença não era de negro, mas doença de branco.

Décadas depois, quando o general francês Charles Leclerc tinha chegado na Ilha de Santo Domingo, ele chegou com uma enorme frota, abarrotada de milhares de homens. Meses depois, em carta a Napoleão Bonaparte, Charles Leclerc declarou que seus soldados morriam de febre amarela aos borbotões. Já os negros, quase não sofriam com a epidemia.

Esses são exemplos de circunstâncias nas quais os brancos se mostraram indefesos a um efeito colateral do desequilíbrio ecológico que suas práticas predatórias causavam. Uma epidemia é, em geral, resultado de alguma alteração no delicado equilíbrio de uma cadeia ecológica. No caso da Ilha de Santo Domingo, uma porção de terra no meio do tropical caribe, com montanhas, chuvas torrenciais e florestas tropicais, qualquer ação humana mais intensa já gerava alterações sensíveis. Imagine então três séculos de monocultura canavieira?

No ano de 1819, uma nova epidemia de malária assolava a ilha. Assim como nas anteriores, curiosamente as populações negras e africanas não sofreram tanto com a doença quanto a porção branca. Entre os poucos que morreram de malária naquela epidemia, foi Alexandre Pétion. Que era um mulato da pele marrom, mas a vida branca parece ironicamente ter carimbado o seu estilo de vida político e racial.

Alexandre Pétion, a essa altura, já não era visto como conspirador, como traidor ou representante dos interesses da classe mulata. Mas como o “Pai Bondoso” que garantiu terras, escola para uma elite e alguns serviços públicos, além de patrocinar a independência de parte da América Espanhola de Bolívar.

Em 1818, o Haiti era dividido entre o Reino do Norte, sob o rei Henri Cristopher e a República do Sul, com o presidente Alexandre Pétion. Vislumbrando sua morte, Pétion tratou de deixar alguém na função de herdar a presidência. Seu sucessor foi Boyer, entrou para a história como o reunificador do Haiti logo após a morte do Rei Cristopher.

De 1820 adiante, o Haiti já não vivia mais à sombra da revolução, mas da sua independência. Todos os grandes líderes responsáveis pelo processo revolucionário estavam mortos e a grande agenda era a de construir uma nação sem cair nas garras coloniais da europa ou imperialistas do continente. Mas isso é outra história.

6. O Anti-Herói Haitiano

Chamo Alexandre Pétion de anti herói por ter traído, assassinado e esquartejado Jean Jacques Dessalines, sua Família, a constituição de 1804 e o território haitiano. Todo o trabalho de unificação que Makandall, Boukman, L’Overture e Dessalines fizeram para diluir as diferenças entre os africanos e mulatos ao longo de cinquenta anos de revoltas e revoluções, foi desfeito pela ação fragmentadora de Alexandre Pétion em sua subjetividade afrancesada desconectada da sua condição de negro na colônia escravagista mais lucrativa, exploradora e infernal das Américas.

Mas a vida e o perfil de Alexandre Pétion permitem algumas considerações importantes de serem feitas. Vamos a algumas delas!

A primeira delas, é a respeito da sua relação com a sua negritude e com os brancos. Quando jovem, na França, Pétion se envolveu com um movimento branco pela abolição da escravidão. E esta pauta sempre esteve na ordem do dia em sua vida. Porém, todas as vezes que realizar essa pauta, foi por meio de alianças brancas: na França com Pétion Villeneuve, na revolução de Saint-Domingue com André Ringaud, na República Haitiana apoiando Simón Bolívar. Quando se associou com lideranças negras, ou bem, foi por ter sido rejeitado pelos franceses, como foi sua aliança com L’Overture, ou bem por oportunismo político, como foi sua aliança com Dessalines. Tanto em sua aliança com L’Overture quanto com Dessalines, Pétion virou a mesa mediante traição, guerra e golpe.

Se fizermos um paralelo com hoje em dia, quem seriam os mulattos, se não os negros que buscam se assimilar à estrutura e instituições brancas, que vivem tutelados por padrinhos e madrinhas brancas, que só permitem agir e pensar na medida que os brancos consideram correto? São os negros militantes em casório com os brancos antirracistas, sempre escanteando os brancos segregacionistas e os negros nacionalistas como radicais. Sendo que ambos se beneficiam de seus polos radicais, já que o nacionalista alavanca o integracionista como uma alternativa palatável aos branco assim como o branco racista oferta o “antirracista” como o branco bom para os negros. Mas, nessa conta, o preto será negro nos termos raciais do branco, e não o contrário.

Alexandre Pétion e Dessalines ((Fonte: Wikicommons)

Outro ponto a ser analisado é referente às chances que Pétion teve junto de L’Overture e Dessalines. Podemos considerar um erro hoje, nós que temos em perspectiva tudo o que aconteceu. Mas olhando do ponto de vista da revolução e do império, era compreensível aceitar a aliança. Afinal, La Cape, ao norte, era um reduto revolucionário, enquanto Jacmel, ao sul, um reduto mulato. E, embora os mulatos fossem os últimos a entrarem na briga e os primeiros a desembarcarem sempre que conveniente, ainda eram uma força a ser considerada na luta contra e europeus e americanos. Mas esse cálculo estratégico impediu a longevidade da revolução, já que o projeto republicano de Pétion se tornou o predominante após a queda do reino de Henri Cristopher, em 1820.

Isso nos ensina muito sobre a dificuldade que teremos enquanto comunidade negra a nos unirmos em torno de um projeto revolucionário de emancipação racial e renascimento africano sempre que colocarmos o branco, seus interesses e representantes entre nós na conta. Pois, no fim das contas, a República de Pétion criou sobre a sua imagem a áurea de abolicionismo, republicanismo e democracia, deixando a Christopher e Dessalines a fama de autoritários e sanguinários. Mas, na verdade, tudo o que Pétion fez foi golpear o Império de Dessalines, adotar a república, autodeclarar um regime vitalício, cooptar o senado e encaminhar um sucessor sem passar pelos protocolos políticos em vigor. Então que “herói democrático” seria esse?

Por fim, o caráter camaleônico de Alexandre Pétion mostra que o poder político dos mestiços faz deles um meio do caminho entre o mundo preto e o mundo branco que pode ser usado para fortalecer de um lado e de outro. Vai depender a qual dos lados se decidirá trair. O mestiço recebe educação branca para servir aos brancos na assimilação dos pretos dóceis e marginalização dos pretos insubmissos. E disso emerge o colorismo, pois quanto mais clara a cor da pele, mais fácil de se assimilar, mais passabilidade, mais apto a se tornar operador na máquina de moer africanos.

Disso, que Alexandre Pétion se faz traidor de Dessalines, em vista do que o Imperador representou para o Haiti: uma revolução que fundou uma nação negra no coração das Américas. De Toussaint L’Overture, Pétion se fez anti-herói pois ambos tiveram o roteiro de negros aculturados nos modos franceses, ambos lutaram contra e para a França, ambos abolicionistas que acreditavam na convivência entre negros e brancos, os dois eram versáteis na arte de negociar e formar alianças circunstanciais com inimigos Mas L’Overture se utilizou das suas “vantagens” para lutar pelos pretos revolucionários, enquanto Pétion pelos mulatos reacionários.

Alexandre Pétion entrou para a história como o pai da república haitiana, quando essa república já nasceu golpista e contrarrevolucionária. Pétion tem ruas, edifícios e parques em seu nome, mas isso porque o seu projeto de nação prevaleceu sobre o vencedor. Pois o império venceu, mas a república usurpou. Sou insistentemente taxativo nesses pontos para todas as possíveis boas considerações que se poderia dar a Pétion nada são perto do estrago feito no que seria do Haiti, se não fossem os golpes seguintes a 1804.

Muito se fala da catástrofe haitiana por causa das dívidas com a França e a ocupação americana, além da ditadura de Papa Doc. Mas nada disso seria tão facilmente realizado se a nação não estivesse desorganizada, fragmentada e empobrecida. E isso não tem a ver com eximir os estrangeiros de suas ações sobre o Haiti, mas trazer ao primeiro plano a nossa responsabilidade em permitir e conviver com a injustiças por medo, acomodação ou covardia.

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Dessalín Òkòtó

Querendo ser educador para melhorar minha comunidade, sentei para aprender e agora levanto para também ensinar.